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O refúgio de todas as cores

25/2/2017

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O preto é o refúgio de todas as cores. As pessoas que "escondem-se" nessa escuridão procuram ocultar o que não pode ser descoberto. Vagam em sua própria sombra, espreitando a luz como se tivessem medo de mostrar suas verdadeiras faces.

Desejos são trancafiados e soterrados sob ameaças imaginárias que só aumentam a vontade de se libertarem dessa pesada herança sentimental.

Os sentidos permanecem intensamente aguçados apesar da anemia emocional que dia a pós dia atrofia a beleza suprimida pela apatia enraizada nas profundezas do sentir.

Não é como o céu que durante a noite revela um espetáculo estelar. Um paradoxo perfeito porque durante o dia a luminosidade do sol não permite que seu outro lado seja revelado.

Viver em negação é como morar na rua em becos escuros repletos de lixos rodeados por ratos que buscam nesta cegueira voluntária se manterem vivos.

Manter-se na escuridão é muito perigoso pois estando fora da luz não se tem discernimento de que já vive na sombra.

A escuridão é tentadora, iludindo que o melhor que se tem a fazer é continuar com essa persona formada de receios e complexos transformando e minando o poder do ego a ponto de lhe fazer calar, vivendo em completo silêncio.

 Chegará um momento em que você não fará falta para ninguém nem mesmo para você porque o que lhe faz “ser humano” é ser capaz de dar sentido ao seu sentir. É participar ativamente da simbiose de emoções.
 
Černý, palavra em tcheco que significa preto e escuro, mas também ilícito, ilegal, macabro, grotesco, mórbido, doente. Significados que abrangem toda a esfera repleta de fel e aspereza desses seres sombrios que se alojam nos recônditos insalubres de suas essências.

A nuance macabra serve como uma indumentária intimidadora repelindo as pessoas de qualquer aproximação, pois para que haja manifestação é preciso existir contradição e esses seres enlutados por emoções vivas que reverberam por toda alma tentam permanecerem resolutos em suas escolhas não dando abertura para que energias opostas sejam trocadas. Não querem sentir e não desejam ser sentidos.

São zumbis perambulando sem destino. Não morreram, mas já estão mortos. Invejam a luz, mas carregam dentro si um sol particular.

Talvez um dia quando estiverem estirados ao léu e sentirem o calor sobre a pele, acharão que estão a sonhar com um poema o qual declamam de frente ao espelho, achando que ninguém os vê, enganam-se ao perceberem que os olhos que precisam assistir aquele reflexo repleto de luz aplaudem a belíssima arte que acabaram de presenciar.   

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