ANDREA ANDRADE - ESCRITORA
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Sobre caminhar

3/11/2019

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Desde que comecei a caminhar foram poucos passos até os 5 anos, quando uma intervenção cirúrgica me deixou parada no “ponto”.
 
Ou seria nos pontos...
 
As reticências desde criança “caminham” comigo...
 
Depois da cirurgia TUDO relacionado ao meu “deambular” se resumiu nestes três simpáticos pontinhos...
 
Será que ela vai voltar a andar?
...
Já está sentindo as pernas?
...
Será que essa massagem vai mesmo reconstruir os músculos dela?
...
A fisioterapeuta Silvia (nunca esquecerei o nome dela) me fez reaprender a andar...
 
Comecei a engatinhar...
 
Andar com barras paralelas...
 
Subir e descer escadas...
 
6 meses se passaram...
 
Voltei a “caminhar” só que não do jeito tradicional...
 
Aos 8 anos minha mãe me colocou em outra fisioterapeuta, Marilda, uma senhora extrovertida, alegre que me deu exercícios para expandir minha capacidade pulmonar, pois os altíssimos graus de lordose, cifose e escoliose esmagaram meus órgãos, de modo que meu pulmão é menor do que o seu...
Para entender, quando dou um passo, uso TODAS as partes do meu corpo principalmente os braços e isso me deixa exaurida...
 
Com essa técnica dela eu andava e cansava menos...
 
Mas, Deus em sua infinita bondade colocou no meu “caminho” amigas que faziam de tudo para mim...
 
Chegava no colégio com minha mochila Sansonite daquelas de alça, sabe? E elas já me esperavam lá fora para carregá-la até a sala para mim...
 
Eu dava conta de carregar, mas confesso ter gostado dessa atenção que tinham comigo...
 
Hoje nos meus 45 anos percebo claramente que sou uma pessoa que nasceu para “chamar atenção” ou seja, uma criatura diferente, esquisita...
 
Calma! Não leve essa esquisitice para o lado triste da coisa.
 
O que quero dizer é que sou uma pessoa que AMA ser diferente e que acredita que essas “singularidades” fazem do meu “caminhar” um jeito charmoso e escalafobético de seguir pela vida...
 
E isso por mais estranho que pareça sempre atraiu para minha vida pessoas MARAVILHOSAS...
 
Na realidade me tornei um pouco de cada uma delas...
 
Ainda na minha infância tive uma inimiga das mais invejosas que conheci em toda minha existência...
 
Acho que ela pensava: como esse ser esquisito consegue tantas amigas?
 
Que Deus a tenha sempre longe de mim!
 
Amém!
 
Modéstia é algo que quase sempre fica a parte quando me refiro a primeira pessoa.
 
É que acredito que quando algo de bom e motivador surge em mim tenho obrigação de ressaltar e compartilhar.
 
Me considero uma vitrine viva para aqueles que precisam de incentivo...
 
Acredito que posso ser a “diferente” que fará a diferença na vida de alguém...
 
Quero inspirar as pessoas...
Que elas acreditem no poder que temos para reinventar a vida...
Que descubram que, assim como o He-Man, cada uma de nós possuímos muita força...
Que não deixem se abalar pelos obstáculos...
 
Se acharem que está difícil, usem “muletas”, incremente sua vida com facilitadores que façam seu “caminhar” ultrapassar barreiras...
 
É muito gratificante “vencer” as dificuldades, olhar para trás e conferir onde é que você chegou...
 
Eu ainda não cheguei!
 
Sou uma pessoa que me imponho “missões” algumas impossíveis, porque para mim o que mais IMPORTA é continuar aprimorando minha “caminhada” mesmo que esta seja um pouco “despingolada”...
 
Sempre que atinjo uma “meta” invento outra e assim vou transformando o meu ser mental e físico numa “fortaleza”, pois a cada “missão” cumprida, fico mais segura do que sou capaz...Do que posso fazer!
Gosto de mostrar ao meu físico que quem manda é a MINHA MENTE, o meu PENSAR...
 
Falam que não existe nada maior que AMOR de mãe não é, mas vou te dizer e vai soar presunçoso e não deixa ser, o poder do meu acreditar é tão certo, tão intenso que me atrevo a afirmar que o meu AMOR-PRÓPRIO cria ilusões tão reais que de tanto acreditar que sou capaz a ilusão passa a ser minha realidade.
 
Agradeço a Deus pois além de força de vontade, vim premiada com muita imaginação...
 
Sem ela minha vida seria um marasmo!
 
Preciso de imaginação para trazer mais VIDA ao meu “caminhar”.
 
 Para mim o que importa é como me imagino.
 
Na minha infância me via como uma das Panteras do seriado mais precisamente a Jaclyn Smith.
 
Talvez por ser a nossa brincadeira no recreio eu levei a sério e passei a acreditar que meu jeitinho para correr era o meio seguro de me manter longe do perigo e salvar minhas coleguinhas que não “corriam” como eu. Sim! Eu “corria” e muito, não como um ser humano normal corre...Corria de um modo “iDEIAL”...Ou seja num modus operandus só meu...
 
O tempo passou e percebi que a maneira como me vejo sugestiona as pessoas a me verem do mesmo jeito que imagino ser...
 
Não sei explicar, mas trago uma certeza do meu papel aqui nesta vida que mesmo nos meus mais tristes momentos, sempre busquei algo no meu imaginar que me fazia dar a volta por cima...
 
AMOR-PRÓPRIO pode ser maior que amor de mãe!
 
Muitos me rotulam como fria, mas a definição correta seria, sou consciente que sofrer faz parte da vida então busco na imaginação um meio para “caminhar” por esse sofrimento da melhor maneira que conseguir...
 
Não se iluda! Sofrer é viver, VENCER e RENASCER mais forte...
 
A morte de um ente querido é o mesmo que arrancar um pedaço da gente, nessa hora nossa mente não tem mesmo condição de ficar imaginando como sofrer menos, mas do pouco que tenho aprendido posso dizer que o ser humano é um ser que se acostuma com a rotina...
 
O cotidiano de não ver mais o “ente” parece “treinar” nossa mente e começamos a “aprender” a viver na ausência deles...
Viver então acaba sendo uma espera constante pela morte e o que você faz enquanto “espera” por ela...
 
Se vamos morrer então devemos continuar o “caminhar” com o que acreditarmos que irá nos ajudar nos percalços que nos esperam...
 
Todo carro tem estepe, se fura o pneu, paramos no meio do “caminho” para colocar o sobresselente...
 
Tenha o seu “estepe” para situações inesperadas, você irá sofrer para “trocar, vai chegar atrasada, mas vai continuar o seu “caminho” e o principal sairá confiante de si...
 
Situações inesperadas são formas de recebermos “premiações”...
 
Como, parabéns você passou para o próximo “nível”...tipo videogames quando passamos pelas fazes e ganhamos bônus e mais vidas por isso...
 
Deus, ainda me incrementou com um modo peculiar e positivo de “ “ver” minhas fraquezas como motivos para me tornar forte e melhor...
 
Juro para você que aprendi a cair!
 
Caí tantas vezes que me tornei exímia em chegar ao chão suavemente...
 
Não é aquela caída seca, é uma caída em câmera lenta...
 
Nem Bruce Lee caía como eu caio!
 
Aposto com você!
 
Os tropeções, os catar cavacos, os tombos e mais tombos me transformaram numa pessoa resiliente, engraçada e o principal, de bem com a vida...
 
Algumas pessoas me tacham de louca e talvez eu seja...
 
Talvez a loucura seja minha válvula de escape...
 
Teve um dia, foi há dois meses atrás, estava fazendo meu exercício de subir e descer a escada até complementar 40 minutos, quando a falta de harmonia entre o movimentar das muletas com as minhas pernas me fizeram catar uns 15 cavacos...
 
Consegui não cair, e me deu uma crise de risos, mas confesso que a adrenalina, mesmo numa pessoa como eu que não vive sem betabloqueador, correu acelerada pelo meu corpo...
 
Senti um ardor visceral assaltando minhas veias e o coração acelerou, tipo o Lewis Hamilton numa reta...
 
Descer e subir escadas exige de mim muito foco, porque preciso coordenar as muletas nos degraus antes das pernas...
 
Por isso é vital que esteja focada...
 
O manipular as muletas com os braços e meus pisar nos degraus precisam estar em perfeita sintonia...
 
E mais uma vez a modéstia, que sempre fica de lado entrou em ação porque nesse dia, pensei comigo, eu e Beethoven temos mais uma coisa em comum, eu com as muletas e ele com as batutas, ou você acha que coordenar muletas nos braços em sintonia com as pernas não possa ser considerado uma orquestra de movimentos?
 
Sei que deve estar se perguntando qual outra coisa em comum que tenho com Beethoven...
 
Apesar dele ser surdo conseguia ouvir músicas em sua mente e do mesmo modo eu que não sinto completamente o pé esquerdo consigo fazer estripulias não somente com ele, mas com todo meu corpo, pois sendo repetitiva, porque quero que grave isso em sua recordação, A MINHA MENTE É SUPREMA AO MEU CORPO!
 
Ainda falando de Beethoven, existe algo mais que me deixa fascinada pela sua genialidade, a Nona Sinfonia.
 
Como é que este maestro de uma genialidade fenomenal sem poder ouvir o que toca, “toca” tanto o meu coração?
 
Acredito que sua imaginação lhe dê “melodias” em forma de emoção...
 
Seu imaginar é tão divinamente infinito que o que ele sente quando imagina “música”, torna-se uma orquestra para os “sentidos”...
 
Ode of Joy ou Nona Sinfonia deixa claro que sua “deficiência” foi o meio para alcançar a excelência em todos os “sentidos”.
 
Compreende onde quero chegar?
 
Não importa se meu “caminhar” é diferente, singular, esquisito, escalafobético, mas, sim o que faço dele para me “aprimorar”.
 
Peço a você que não pare seu “caminho”! 
 
Dificuldades sempre existirão, porém, o poder do seu querer é capaz te levar muito além...
 
E se precisar de mais motivação pode me chamar, colocamos a Nona Sinfonia, deixo uma muleta de lado, seguro em seu braço e vamos juntas em um só “caminhar” até que a alegria em nossos corações possa de vez ficar...
 

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Pensar não basta para existir

27/10/2018

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Imagem: Pixabay
Sinto, logo desaguo num mar de reflexões que me fazem crer que pensar não basta para existir.

Pensadores que guardam para si todo aparato não só intelectual, mas de sensações que lhe acometem não podem ser prova inconteste de que um dia existiram.

Mais do que qualquer empirismo o meu saber vem de sensações, de emoções causadas ao apreciar um céu azul, ou sentir as gotas das ondas que rebatem na praia, ou até mesmo perceber que o beija-flor bate mais rapidamente as asas quando está a experimentar uma flor.

Na obra Metafísica de Aristóteles ele diz: Quem ama os mitos, é de certa maneira filósofo, porque o mito resulta do maravilhoso.

E realmente é um delírio extremamente extasiante!

Trabalhar a consciência de modo que possamos elaborar teorias sem teor lógico pode parecer insensatez, mas é divinamente prazeroso.

Sem a razão o que unicamente experimentamos é a emoção.

O ato de pensar não é suficiente para que o outro saiba que você realmente “experenciou” algo.
É preciso primeiramente sentir para que se possa então refletir.

Um sentir aguçado daqueles que te levam ao patamar da inquietude que beira algumas vezes a insanidade que por ora denomino de misticismo.

Para exemplificar citarei São Tomás de Aquino que se deparou com Jesus, mas que creditou essa aparição física, olho no olho, como simples demais em relação ao que antes experimentara misticamente.

Isso porque a imaginação vem impregnada de magia, de um cenário onírico repleto de epopeias o que dificulta sentir algo parecido quando se está de “olhos abertos”.

São sensações lapidadas que ditam poeticamente um conhecimento personalizado não só das causas, mas principalmente das origens emocionais que se iniciam em cada ser humano.

Porque só os que dizem as causas de cada coisa, é que ensinam, dizia ainda Aristóteles na obra já acima citada.

Ora, fica nítido de que em nossas emoções o sentir é sabedor das causas e sendo assim os obstáculos e prazeres podem ser compreendidos pois sabemos de onde vieram.

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Que Cinderela, que nada

5/11/2017

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Foto: Swarovski
Como Cinderela após a meia-noite, desencantei e olha que nem a gata borralheira eu era...Risos...
 
Chega de “abóboras” que viram carruagens, não quero nada que minha imaginação necessite transformar em realidade antes do bater das 12 badaladas.
 
Não posso e nem quero ter limites!
 
Me desculpe, mas sou feita de infinitudes que definem meu querer.
 
Mereço mais do que meros devaneios pois eles estão bem além de um simples anseio.
 
O ordinário realmente não combina com os desejos que habitam em mim.
 
Tenho o direito de ansiar por meus sonhos ou não?
 
Serei prepotente ao desejar trazê-los para a realidade?
 
Não! Quando nos amamos de verdade não podemos sucumbir a simplicidade para satisfazer o que na realidade traz um gosto de fel à boca, como se aquele “viver” vicioso estivesse enfeitiçado nos algures escuros com o ar rançoso como se fosse uma pegadinha do Universo para me acordar diante da frugalidade de um querer desmedido.
 
Ei você, olhe onde está se metendo! Aquela carruagem na realidade é uma abóbora, eu disse, A b ó b o r a. Vai querer isso para sua vida? Pelo que vejo talvez queira noites de pesadelo?
 
O universo sabe muito bem como me despertar após certos sonhos que defino como um desintoxicar de energias que ficam impregnadas no meu ser afastando-me do verdadeiro propósito.
Que Cinderela que nada! Muito menos gata borralheira!
 
E abóbora meu bem, só se for recheada de sonhos dos quais somente eu tenho o poder de vivê-los.
 
Um pouco de pedantismo é bem-vindo para servir os “convidados” que entraram em cena para serem somente figurantes.
 
Agora falando diante ao espelho, pois estou mais para Alice entre os espelhos:
- Não deixe que nada nem ninguém lhe tire os requintes que adornam suas emoções.
Requintes que custou a você vários anos de sofrimentos. Faça a gentileza de não desejar o mínimo para você que hoje é o máximo.
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Não tenho domínio sobre o que sinto

7/10/2017

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Não falo de emoções e sentimentos genéricos ou ordinários, mas de algo mais profundo, se é que exista algum termo que possa definir...

Não gosto de iniciar textos com negativas que impregnam as palavras com nulidades “polindo” cada sentença como se “nunca” pudesse também ser considerada uma negação, porém a probidade tem seu lugar na primeira fileira do palco teatral que meu “coração” encena de modo visceral.

Retrouvailles, palavra que expressa o sentimento de alegria, êxtase que sentimos quando finalmente encontramos a pessoa que amamos, após uma longa separação, no meu caso mesmo que esse encontro se dê através dos sonhos, não deixa de ser “real”.

Acredito que esse termo francês consiga definir o “furor” que incendeia meu sentir de modo que não consigo ter controle sobre ele.

É como tentar segurar um sabonete molhado.... Você tenta, tenta e chega uma hora que ele se esvai deixando seu olhar acompanhar sua trajetória.

Assim acontece comigo! Resta-me mãos ensaboadas, e nada a mais! Não queria deixar de ter controle, mas ao mesmo tempo gostaria de saber o que aconteceria. Esse paradoxo aumenta exponencialmente as reticências que tanto queria transformar em pontos finais...

Chego a extrapolar minhas reflexões, dando créditos definitivos aos meus sonhos que se confundem com a realidade. Talvez o amor que carrego até mesmo fisicamente de tamanha intensidade deva ser vivido na realidade onírica onde algum tempo já somos nós.

É nesta realidade embalada pelo cerrar ansioso de meus olhos que me credencio como uma pessoa que ama e é amada como nunca imaginou, nem mesmo quando sem querer me pego sonhando acordada...
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O que seduz o coração, encanta a alma

7/10/2017

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Num emaranhado totalmente baseado na lógica reina os ambientes virtuais nos dando a nítida impressão de que, no meio de tanta razão, há o que sentir.

Como posso sentir neste mundo estranhamente frio e distante que, algumas vezes parece tão perto, que acredito que sou capaz de ter emoções mais intensas?! Assim como Beethoven emocionava seus ouvintes, sem ouvir sua própria música, uso as palavras para serem condutoras emocionais nesta realidade onde também não escutamos os corações de quem está do outro lado.

O que me faz lembrar do magnífico filme Her(imagem acima) do diretor Spike Jonze, onde Theodore (Joaquin Phoenix) é um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema operacional para seu computador chamado Samantha (Scarlett Johansson). Para a sua surpresa, ele acaba se apaixonando pela personalidade deste programa virtual, e inicia uma relação amorosa entre ambos.

Acredito que onde quer que existam palavras, a paixão e o amor podem acontecer.
Ninguém está “protegido” de se apaixonar por textualidades que “confortam”, dão aconchego, cativam o ego. Aprender a cativar através da escrita é uma arte para aqueles que assim como eu acreditam que as palavras, se bem usadas, valem muito mais que uma imagem.

A escrita torna-se a ligação mais elegante de expor os sentimentos para uma pessoa estranha a fim de conquistá-la única e exclusivamente através de palavras.

As redes de relacionamentos exibem como se fossem vitrines, centenas de opções através de fotos e mais fotos, onde, algumas vezes, eu me pego pensando se não estou num shopping de pessoas escolhendo qual combina mais comigo.

Inicia-se um balé de dedos que escorregam pela tela do celular em busca de alguém. Até que um dia…Match! A pessoa que “gostou” também curtiu sua foto e é neste exato momento que assim como em Game Of Thrones, atravessamos a “muralha” do virtualismo para entrar numa egrégora dialética.
Neste domo feito por mim e por você precisamos nos conquistar através de palavras.

Palavras sedimentadas em emoções que saibam criar um ambiente propício para um romance. Palavras que nos façam implorar pela descrição de um beijo caloroso onde possamos sentir nos espaços de cada sentença o nosso respirar ofegante a espera do primeiro “beijo” virtual.

Uma sensação prazerosa é sentida e neste momento somos capazes de ouvir as batidas do coração que ressoam de modo tão profundo que tomamos consciência que o que seduz o coração, encanta a alma, pois o que “ali” expomos é a essência do sentir.
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Páscoa pra mamãe

16/4/2017

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Preparei sucos de maça e chás de pêssego, assei muffins em forma de coração cobertos de chocolate afinal estamos na semana da Páscoa, comprei vasos de tulipas amarelas e vermelhas e os coloquei em todas as janelas da casa invocando uma atmosfera irradiada de aconchego e paz, aliás muita paz, amém (vai saber o porquê no final).

Peguei o pote de chantilly e assim como um pintor que cria suas “artes” fui desenhando pegadas de coelho por toda casa. Queria ser mais do tipo Dan Brown e codificar isso tudo em um amontoado de símbolos para ficar mais intrigante, porém para quem está fadada a morrer sentimentalista não consegue trabalhar com algo que precisa de muita lógica. Tudo que requer o mínimo que for de razão já deixou de sentir.

Quem ali entrasse teria certeza de que coelhos tinham invadido a casa. Dei um sorriso pensando em minhas proezas e pensei, o amor torna as pessoas bobas, porém mais criativas, naquele dia eu me sentia uma mistura de Jerry Lewis com Leonardo Da Vinci. E quer saber, não estou nem aí. Quero mais que minhas bobeiras sejam amadas, principalmente pela minha mãe, amém.

Abri a porta dos fundos para insinuar que o “coelho” entrou por ela usando a chave que estava em um chaveiro de cenoura jogado no chão…Calma....Peguei uma escadinha móvel de 5 degraus e coloquei perto da porta dando a impressão que o coelho a usou para girar a chave na fechadura...Risos...

Uma brisa daquelas que ao entardecer refrescam até nossa alma entrou pela casa. As tulipas se abriram mais agradecendo o frescor e não sei porque danei a espirrar. Que não seja o mau presságio, amém. Bati também 3x na madeira com tanta força que os talos dos meus dedos ficaram roxo. Fui no banheiro e enrolei esparadrapo nos dedos, depois peguei canetinhas e desenhei um coelho de olho roxo sobre ele. Ideia de jerico, infelizmente amo jericos.

Os últimos raios de sol criavam prismas que ao passarem pelos vidros dos copos e das jarras distribuíam arco-íris por todos os cantos. Confesso que me sentia num conto de fadas. Lutava de modo ferrenho com o meu inconsciente para não acreditar que o coelho realmente abriu a porta com o chaveiro de cenoura e entrou...Risos...uma louca que gosta de inventar, não existe mistura mais atômica e além disso pisciana com ascendente em câncer. Já pensou no tipo do meu ser? É melhor não pensar não, para quê, se já está lendo este texto seja o que Deus quiser.

Ouvi um barulho na porta da frente, apressei-me e escondi debaixo da cama. Depois de muito custo consegui estar definitivamente debaixo da cama. Sai Fully, disse baixinho para minha cachorrinha que deixou o rabo de fora...O barulho dos passos iniciaram, eu conhecia muito bem aquele toc...tuc...toc...toc...tuc....Aquele andar de mãe que chega em casa querendo dizer “mamãe chegou, se estiver fazendo algo que não gostarei é melhor se esconder”.

Fully ficou olhando nos meus olhos e o rabo abanando como um leque de madame para diminuir o calor, tentando entender o que a mamãe (eu) estava fazendo ali que geralmente era o lugar dela ficar. Fully olha o gato, disse para ela que saiu em disparada.

- Meu Deus, que coisa branca é essa espalhada por todo chão?! - esbravejou mamãe

- Ai meu Deus, esqueci que chantilly derrete, mamãe vai querer me colocar no rolete do porco, pensava suando quente e frio comigo.

- Fully, onde está sua dona?

Fully olhou para mamãe como se tivesse passado pasta d’água na carinha, ela havia lambido todo chantilly o que desencadeou numa diarreia daaaaqueeeellllasssss. Ao invés de patinhas fofinhas de coelhos tinha marcas não muito cheirosas deixadas pela Fully.

- Eu mato a sua dona! Andrea onde você está? Não adianta esconder?

toc...tuc...toc...toc...tuc....
toc...tuc...toc...toc...tuc....
toc...tuc...toc...toc...tuc....
toc...tuc...toc...toc...tuc....
toc...tuc...toc...toc...tuc....

Parei de respirar quando ela entrou no quarto com a Fully atrás dando mais razão para ela me dá um sermão. Sentia que estava ficando roxa, tive a impressão que ficar sem respirar expulsa a pupila para fora.

Vi os sapatos de salto dela...ela ajoelhou e deu de cara comigo...

  Andreaaaaaaaa! Desculpe senhora, mas me chamo Alice!
- A do País das Maravilhas?
- Anram!
- Você pintou o cabelo Alice?
- Na realidade eu usava peruca.

Bom, preciso acabar o texto aqui e que Deus me tenha, amém. Falem amém também.


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Dezumbiguei

5/3/2017

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Acordei tendo a certeza de que estava dormindo.
Paradoxos sempre me despertam para lados fora do padrão.
Tentei levantar da cama, mas já estava em pé...
Que sensação estranha, sentir-se deitada estando em pé...
Olhei para a porta do meu quarto, estava aberta, porém minha mãe que tem o desejo mórbido de sempre me acordar no meio dos meus sonhos não estava lá.
Chamei, manhê! Mas nada!
Esquisito demais, porque sempre que minha mãe vê, mesmo se for uma frestinha da minha porta aberta, ela tem essa mania estranha de me acordar, é como se ela estivesse num jardim com sorvetes de baunilha onde pudesse comer todos de uma vez só. Bizarro!
Minha mãe AMA sorvete e se for de baunilha, me dá até medo.
E eu aqui, ainda em pé me sentindo deitada sonhando acordada.
O vento faz a porta fazer um barulho como aqueles de filmes de terror. A luz pisca 23 vezes (eu contei), mas estranho ainda, dia do meu aniversário.
Mexo a cabeça para o lado do ruído, o pavor começa a me consumir porque vislumbro quatro das minhas dezenas de bonecos me olhando com desdém atrás do vão da porta.
Pego a lanterna debaixo do travesseiro acendo, olho na estante para contar se todos meus bonecos estão ali.
Tento andar, mas minhas pernas estão enroladas em um lençol com cores do arco-íris. Será que foram eles quem me enrolaram nisso?
Socorro! Estou com vertigem, o lençol me deixou tonta...
Será que a função o arco-íris é causar vertigem?
Credo! Que sensação mais sem noção...as cores estão tomando conta do meu corpo.
Devo estar parecendo aqueles pirulitos coloridos.
Será que estou com os olhos abertos e o que estou vendo não passa de um sonho maluco?
Coloco o dedo nos olhos e eles estão abertos.
Fecho eles na marra. As pestanas brigam com meus dedos, mas acabo ganhando a luta.
Credo, mesmo com os olhos fechados sinto os arranhões que as pestanas deixaram em meu dedo.
Espera! Me deu vontade de abrir um olho só. Sei lá! Não sou médium, mas estou sentindo uma presença.
Abro 3cm do olho esquerdo, reviro a pelota branca com preta conhecida como pupila só que ela virou para atrás da cabeça, só consigo ver meus neurônios que estão em polvorosa.
Grito minha mãe, mas o grito fica dentro de mim, ecoando em todo o meu corpo. Sinto meu umbigo frouxo, como se quisesse deixar a função dele e abrir um vão no meu ser.
Que coisa mais horrorosa o umbigo deixou de ser meu!
Vejo aquela “lokinha” que antes deixava um furinho sexy na barriga partir sem dar adeus.
Começo a chorar porque a parte que ligava eu e a mulher dos sorvetes de baunilha se fora.
Descobri que eu não sou mais a mesma sem meu umbigo.
Sou dezumbigada e por isso tudo o que foi escrito se foi por aquele vãozinho, hoje tapado por um ban aid do Mickey.
Porque bem ali naquele “oquinho” era onde residia toda a minha magia.

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Eu, reticências

2/3/2017

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Na realidade o que me resta é o que imagino ser real.
Imaginação fundida nos alicerces existenciais corroboram e disseminam inspirações que demandam um alto índice de criatividade.
Pensamentos invadem minha mente como se estivessem fugindo de algo. Penetram o meu íntimo buscando por segredos que mantenho aprisionados.
Porque desejam saber sobre eles?
Mas como o pensar intruso já faz parte de mim, percebo que a pergunta é retórica.
Interrogações vem e vão...não me deixam em paz comigo mesma.
Pego um livro tentando persuadir minhas divagações que inundam meu refletir com reticências que parecem rirem do que tento compreender.
Ameaço pegar a borracha e lá estão elas fazendo de conta que são a ligação para algo que ainda não é...
Ou se é, não faço mais questão de saber. Quero apenas não ser.
Não sendo, Não sinto. Se não sinto já não sou e se não tenho mais significado algum talvez não me reste outro destino que seja ...
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