ANDREA ANDRADE - ESCRITORA
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Sem ti, deixei de sentir

22/8/2017

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O que eu sou?

Sou o que sinto, se já não sinto, parte de mim deixou de ser.
Não sou o que sou porque não posso ser o que não me faz sentir.

Atualmente me sinto como uma colcha retalhada de sentimentos.
Algumas partes já puídas de tanto sentir. Partes que se tornaram trapos de ficar sem ti...

Pode parecer um jogo de palavras, mas, sem ti, deixei de sentir.
Então me pergunto, se não sinto deixei de ser?

Se deixei de ser, já não sinto?

Me contradigo e me confundo, pois, como deixar de sentir um amor que costurou de modo infalível minhas emoções como se pudesse manuseá-las ao seu bel prazer.

O arco-íris só surge quando o sol vem saudar a chuva.

Da mesma maneira que a natureza exibe sua beleza, não te amei por simplesmente amar. Te amei porquê de alguma maneira você permitiu!

Quando percebi uma tempestade se formava. Nuvens carregadas mostrando todo seu poderio através dos raios que “cortavam” o céu e atingiam a terra queimando árvores e “plantações” deixando rastros de destruição, foi formada e neste dia vi minhas emoções deixarem de sentir.

Você estava segurando uma tesoura com lâminas que brilhavam de tão afiadas e me olhando nos olhos começou a cortar a colcha. Os retalhos batiam no chão ao mesmo tempo que minhas lágrimas.

Deixei que as lágrimas embaçassem minha visão. Não tinha forças para ver o que fazia com nosso amor.

 Aposto que seus olhos também estavam repletos de água, mas você conseguia mantê-las paralisadas.

O corte seco da tesoura continuava sem dar trégua como se com isso pudesse "exterminar" de uma vez só o que sentimos.

Aos poucos a colcha de retalhos que mantinha nossos corpos aquecidos foi sendo desfeita. Retalho por retalho...

Olhei para o chão e não me reconheci. Deixei de ter emoção. Naquele momento não era ninguém. O vazio tornou-se tudo. Um paradoxo difícil de ser vivido. Viver sem emoções que embalam a vida numa dança de sentidos e sentimentos.... Como poderia deixar me embalar sem o amor que reverberava por toda minha alma?

Seus olhos me interrogavam esperando que eu me pronunciasse.  Deixei meu silêncio como resposta pois até as palavras que sempre foram minhas companheiras deixaram de ter significado... A não ser pelos retalhos que ganharam uma nova "definição", hoje  são usados como pano de chão.
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Amores, mal-acabados

22/8/2017

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Amores mal-acabados, daqueles que, na prorrogação, o goleiro pega a única bola que deveria deixar passar, gera replays do que poderia ter acontecido se “pudesse ter gritado gol ”.

Uma parte que mantemos vivas, mas, no sótão, onde guardamos coisas antigas, como aquela boneca que antes falava “eu te amo” e que agora está jogada entre livros e brinquedos empoeirados, que um dia lhe deram alegria.

Ficam lá porque, mesmo que não “brinque” mais com eles, a coragem de jogá-los fora ou doá-los não supera a ligação que ainda existe entre você e eles. Estão ali como suporte emocional para quando quiser dar uma olhada ou até pegá-los torne sua lembrança mais viva.

Como aquele amor que no passado definia a vida com você e ele. Quando acordava antes do despertador, abria a janela para respirar aquele vento fresco, repleto de promessas e esperanças. Quando as borboletas na barriga davam lugar aos vagalumes, ao receber uma mensagem carinhosa, altas horas da noite. Quando os passeios de carro mais pareciam um convite para irem “mais adiante”, mas algo impedia que o desfecho, que tanto desejavam, acontecesse, como se uma barreira invisível os proibisse.
A separação aconteceu da mesma maneira que um conta-gotas vai, aos poucos, minando o resto de água que ainda resta. Eu e você tornou-se eu, e, o que sinto por você tomou conta do meu ser, como um fantasma que deseja habitar um corpo para poder sentir.

Os dias passaram e a as manhãs que eram tão coloridas, agora estavam cinzentas, obrigando a sentir melancólica com aquela paisagem que parecia saber o que sentia. O despertador finalmente teve sua função. O cheiro da brisa matinal passava despercebido. E as nuvens que estampavam o céu criavam formas irregulares, sem nenhuma simetria, fazendo-a pensar que o mundo a sua volta havia perdido a harmonia.

Filmes dirigidos por sua mente mimetizada por sentimentos mal resolvidos foram produzidos de forma contínua, como se você tivesse o poder de transformar imaginação em realidade.

Os lugares por onde estiveram, passaram a ser assombrados por lembranças tão vivas que, algumas vezes, você se pegava abrindo os lábios, como se fosse receber um beijo. Até o modo como passava as marchas deixava sinais de arrepios por sua pele.

Como exorcizar sentimentos intensos e repletos vida?

Vivendo-os com a pessoa amada que, por ironia, sátira ou humor negro, agora é casado com outra e já tem filhos.

Você então imprime um sorriso com gosto de fel nos lábios querendo rir e chorar. As lágrimas surgem nos cantos dos olhos, mas não conseguem sair dali. Agora você ama e o odeia com a mesma intensidade. Quer beijar e mordê-lo para deixar pelo menos uma marca que equivale há centenas que ele deixou em sua alma.

Passados 3 anos uma inesperada mensagem chega em seu telefone:

Meu casamento é de fachada não sinto nada por ela e ainda te amo.

Você desata a rir, daqueles risos estranhos que tem um quê de loucura e o xinga em pensamento, com os mais variados adjetivos depreciativos.
Depois dessa mensagem, que pelo jeito veio pela rede dial-up daquelas em que o modem fazia um bip irritante quando conectava, porque para demorar 3 anos…

Você percebe que já não sente mais nada por ele, ou melhor sente… pena.
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