ANDREA ANDRADE - ESCRITORA
  • Home
  • Blog
  • Galeria
  • Design
  • Contato
  • Produtos

De volta pra casa

5/2/2018

0 Comments

 
Picture
E quando acreditava que já me encontrava em meu lar, percebi que esta palavra de apenas três letras possuía um significado muito além de definições textuais.

E quando acreditava estar no conforto de meus lençóis quando raios e trovões acompanhados de tempestades eram vistos pela janela.

E quando acreditava que a lareira que me esquentava era o suficiente para aquecer tudo a minha volta.

E quando acreditava que os sorrisos recebidos eram suficientes para me alegrar.

E quando acreditava que as lágrimas que algumas vezes escorriam por minha face deixavam rastros de sofrimento, de sofrimento, apenas.

E quando me olhava no espelho e tinha certeza de que estava completa.

E quando caía o que era quase frequente, acreditava não ter mais força para me levantar.

E quando acreditava que já me encontrava em casa onde sentia segura e protegida, percebia que mesmo tendo tudo o que precisava ainda faltava algo que meus olhos não conseguiam enxergar, mas meu coração parecia notar e pulsava mais intensamente deixando minhas emoções a flor da pele.

Foi quando tomei a decisão de sair de casa no meio da tempestade, sendo empurrada pelo vento que mostrava sua violência contra meu corpo cansado de sentir dor...

Foi ali em meio a chuva que batia em minha pele como se quisesse me fazer sentir algo que nuca havia sentido...

Foi ao tentar atravessar a rua quando pisei em falso e acabei caindo numa poça d’água...

Foi ali jogada naquela poça que olhei para trás e vi com os olhos embaçados pela chuva gelada a luz que havia deixado acesa no meu quarto...

...ainda observando aquela luz dourada senti o calor de uma mão tocar meu ombro...

E quando acreditava que meu lar era o lugar onde morava, onde a luz ainda brilhava como um farol me indicando o caminho para casa, descobri através daquelas mãos que me ajudavam a levantar no meio da tempestade que ali ao de uma pessoa que acabara de conhecer me sentia muito mais segura e protegida do que em qualquer outro lugar do mundo...

Descobri naquele momento que você era o que faltava para que eu pudesse entender o verdadeiro significado da palavra lar, do sentimento intenso em olhar em seus olhos e saber que finalmente estaria voltando para casa.
0 Comments

Que Cinderela, que nada

5/11/2017

0 Comments

 
Picture
Foto: Swarovski
Como Cinderela após a meia-noite, desencantei e olha que nem a gata borralheira eu era...Risos...
 
Chega de “abóboras” que viram carruagens, não quero nada que minha imaginação necessite transformar em realidade antes do bater das 12 badaladas.
 
Não posso e nem quero ter limites!
 
Me desculpe, mas sou feita de infinitudes que definem meu querer.
 
Mereço mais do que meros devaneios pois eles estão bem além de um simples anseio.
 
O ordinário realmente não combina com os desejos que habitam em mim.
 
Tenho o direito de ansiar por meus sonhos ou não?
 
Serei prepotente ao desejar trazê-los para a realidade?
 
Não! Quando nos amamos de verdade não podemos sucumbir a simplicidade para satisfazer o que na realidade traz um gosto de fel à boca, como se aquele “viver” vicioso estivesse enfeitiçado nos algures escuros com o ar rançoso como se fosse uma pegadinha do Universo para me acordar diante da frugalidade de um querer desmedido.
 
Ei você, olhe onde está se metendo! Aquela carruagem na realidade é uma abóbora, eu disse, A b ó b o r a. Vai querer isso para sua vida? Pelo que vejo talvez queira noites de pesadelo?
 
O universo sabe muito bem como me despertar após certos sonhos que defino como um desintoxicar de energias que ficam impregnadas no meu ser afastando-me do verdadeiro propósito.
Que Cinderela que nada! Muito menos gata borralheira!
 
E abóbora meu bem, só se for recheada de sonhos dos quais somente eu tenho o poder de vivê-los.
 
Um pouco de pedantismo é bem-vindo para servir os “convidados” que entraram em cena para serem somente figurantes.
 
Agora falando diante ao espelho, pois estou mais para Alice entre os espelhos:
- Não deixe que nada nem ninguém lhe tire os requintes que adornam suas emoções.
Requintes que custou a você vários anos de sofrimentos. Faça a gentileza de não desejar o mínimo para você que hoje é o máximo.
0 Comments

O que guarda um olhar sem vida?

7/10/2017

0 Comments

 
Picture
Talvez seja um engodo mais que sedutor para deixar oculto algo que requer mais do que intimidade para ser revelado.

Mas por outro lado esse mesmo olhar irradia intensa melancolia, que por alguns segundos percebi a vida monótona com algumas pinceladas azul da cor do céu contornadas sem formas como se fossem um oráculo a ser descoberto.

Há certa magia nesse olhar que me conquistou de corpo e alma. Um olhar, que as vezes espia sem ser notado.

Olhares sem vida possuem essa qualidade passam despercebidos no meio da multidão.
E nesta multidão estava eu. Uma pessoa que sente atração pelo que não é comum. No meio de milhares de pessoas o meu olhar brilhou ao ver aqueles olhos pretos e opacos.

Engoli seco. Senti um frisson em minha barriga. Não, não eram borboletas eram abelhas que queriam sair de dentro de mim e levar um pouco de mel para aqueles olhos necessitados de doçura.
Fiquei parada! Senti meu ciático arder por detrás das minhas pernas. Não conseguia me mover. Mantinha meus olhos naqueles olhos perdidos.

Se eu conseguir dar 3 passos largos consigo chegar até eles, pensei comigo.
Mas me mantive imóvel. Quando fico tensa meu corpo todo retesa deixando minhas emoções inquietas dentro de mim. Pisquei algumas vezes devido ao vento que surgiu repentinamente.

O Universo quando está em sintonia com o nosso sentir usa de todos os artifícios para nos dar um “empurrãozinho”. E foi exatamente o que aconteceu. O vento me desequilibrou e acabei caindo.

Me desesperei porque não conseguia ver aqueles olhos sem vida mas que por alguma razão encheram os meus de desejo.

Tentei levantar! Pernas e mais pernas passavam por mim. Era como se eu não existisse. Tenho vida nos olhos e por estar aqui no chão passei a ser aquele olhar que ninguém notava, refleti comigo mesma.

Uma sincronia extravagante acontecia. Podia sentir que ninguém me olhava. Porque as pessoas não olham mais?, indaguei para mim
Por falta de um olhar lá estávamos nós naquele corredor humano mas sem nenhum sentido de ser humano.

Coloquei meus óculos pois a ventania trazia poeira para meus olhos. Ainda no chão olhei para cima em busca de alguém para me ajudar.

Ao tentar me levantar novamente senti duas mãos nas minhas, olhei para cima e o olhar sem vida estava ali. Deixei uma lágrima escorrer pelo rosto pois não poderia imaginar ser ajudada por aqueles olhos que pareciam inertes.

Quando me levantei e ficamos cara-a-cara pude sentir o pulsar da vida em seu olhar. Ainda de mãos dadas eu disse:
- Obrigada por me ajudar!
- Não agradeça pois você trouxe a vida de volta ao meu viver. Se não tivesse me olhado com tanta emoção eu não teria meios para te encontrar.

O brilhar de nossos olhos se fundiu e naquele momento percebi que o que se mantinha oculto naquele olhar eram sentimentos que por ironia o impediam de sentir.
0 Comments

Não tenho domínio sobre o que sinto

7/10/2017

0 Comments

 
Picture
Não falo de emoções e sentimentos genéricos ou ordinários, mas de algo mais profundo, se é que exista algum termo que possa definir...

Não gosto de iniciar textos com negativas que impregnam as palavras com nulidades “polindo” cada sentença como se “nunca” pudesse também ser considerada uma negação, porém a probidade tem seu lugar na primeira fileira do palco teatral que meu “coração” encena de modo visceral.

Retrouvailles, palavra que expressa o sentimento de alegria, êxtase que sentimos quando finalmente encontramos a pessoa que amamos, após uma longa separação, no meu caso mesmo que esse encontro se dê através dos sonhos, não deixa de ser “real”.

Acredito que esse termo francês consiga definir o “furor” que incendeia meu sentir de modo que não consigo ter controle sobre ele.

É como tentar segurar um sabonete molhado.... Você tenta, tenta e chega uma hora que ele se esvai deixando seu olhar acompanhar sua trajetória.

Assim acontece comigo! Resta-me mãos ensaboadas, e nada a mais! Não queria deixar de ter controle, mas ao mesmo tempo gostaria de saber o que aconteceria. Esse paradoxo aumenta exponencialmente as reticências que tanto queria transformar em pontos finais...

Chego a extrapolar minhas reflexões, dando créditos definitivos aos meus sonhos que se confundem com a realidade. Talvez o amor que carrego até mesmo fisicamente de tamanha intensidade deva ser vivido na realidade onírica onde algum tempo já somos nós.

É nesta realidade embalada pelo cerrar ansioso de meus olhos que me credencio como uma pessoa que ama e é amada como nunca imaginou, nem mesmo quando sem querer me pego sonhando acordada...
0 Comments

O que seduz o coração, encanta a alma

7/10/2017

0 Comments

 
Picture
Num emaranhado totalmente baseado na lógica reina os ambientes virtuais nos dando a nítida impressão de que, no meio de tanta razão, há o que sentir.

Como posso sentir neste mundo estranhamente frio e distante que, algumas vezes parece tão perto, que acredito que sou capaz de ter emoções mais intensas?! Assim como Beethoven emocionava seus ouvintes, sem ouvir sua própria música, uso as palavras para serem condutoras emocionais nesta realidade onde também não escutamos os corações de quem está do outro lado.

O que me faz lembrar do magnífico filme Her(imagem acima) do diretor Spike Jonze, onde Theodore (Joaquin Phoenix) é um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema operacional para seu computador chamado Samantha (Scarlett Johansson). Para a sua surpresa, ele acaba se apaixonando pela personalidade deste programa virtual, e inicia uma relação amorosa entre ambos.

Acredito que onde quer que existam palavras, a paixão e o amor podem acontecer.
Ninguém está “protegido” de se apaixonar por textualidades que “confortam”, dão aconchego, cativam o ego. Aprender a cativar através da escrita é uma arte para aqueles que assim como eu acreditam que as palavras, se bem usadas, valem muito mais que uma imagem.

A escrita torna-se a ligação mais elegante de expor os sentimentos para uma pessoa estranha a fim de conquistá-la única e exclusivamente através de palavras.

As redes de relacionamentos exibem como se fossem vitrines, centenas de opções através de fotos e mais fotos, onde, algumas vezes, eu me pego pensando se não estou num shopping de pessoas escolhendo qual combina mais comigo.

Inicia-se um balé de dedos que escorregam pela tela do celular em busca de alguém. Até que um dia…Match! A pessoa que “gostou” também curtiu sua foto e é neste exato momento que assim como em Game Of Thrones, atravessamos a “muralha” do virtualismo para entrar numa egrégora dialética.
Neste domo feito por mim e por você precisamos nos conquistar através de palavras.

Palavras sedimentadas em emoções que saibam criar um ambiente propício para um romance. Palavras que nos façam implorar pela descrição de um beijo caloroso onde possamos sentir nos espaços de cada sentença o nosso respirar ofegante a espera do primeiro “beijo” virtual.

Uma sensação prazerosa é sentida e neste momento somos capazes de ouvir as batidas do coração que ressoam de modo tão profundo que tomamos consciência que o que seduz o coração, encanta a alma, pois o que “ali” expomos é a essência do sentir.
0 Comments

Sem ti, deixei de sentir

22/8/2017

0 Comments

 
Picture
O que eu sou?

Sou o que sinto, se já não sinto, parte de mim deixou de ser.
Não sou o que sou porque não posso ser o que não me faz sentir.

Atualmente me sinto como uma colcha retalhada de sentimentos.
Algumas partes já puídas de tanto sentir. Partes que se tornaram trapos de ficar sem ti...

Pode parecer um jogo de palavras, mas, sem ti, deixei de sentir.
Então me pergunto, se não sinto deixei de ser?

Se deixei de ser, já não sinto?

Me contradigo e me confundo, pois, como deixar de sentir um amor que costurou de modo infalível minhas emoções como se pudesse manuseá-las ao seu bel prazer.

O arco-íris só surge quando o sol vem saudar a chuva.

Da mesma maneira que a natureza exibe sua beleza, não te amei por simplesmente amar. Te amei porquê de alguma maneira você permitiu!

Quando percebi uma tempestade se formava. Nuvens carregadas mostrando todo seu poderio através dos raios que “cortavam” o céu e atingiam a terra queimando árvores e “plantações” deixando rastros de destruição, foi formada e neste dia vi minhas emoções deixarem de sentir.

Você estava segurando uma tesoura com lâminas que brilhavam de tão afiadas e me olhando nos olhos começou a cortar a colcha. Os retalhos batiam no chão ao mesmo tempo que minhas lágrimas.

Deixei que as lágrimas embaçassem minha visão. Não tinha forças para ver o que fazia com nosso amor.

 Aposto que seus olhos também estavam repletos de água, mas você conseguia mantê-las paralisadas.

O corte seco da tesoura continuava sem dar trégua como se com isso pudesse "exterminar" de uma vez só o que sentimos.

Aos poucos a colcha de retalhos que mantinha nossos corpos aquecidos foi sendo desfeita. Retalho por retalho...

Olhei para o chão e não me reconheci. Deixei de ter emoção. Naquele momento não era ninguém. O vazio tornou-se tudo. Um paradoxo difícil de ser vivido. Viver sem emoções que embalam a vida numa dança de sentidos e sentimentos.... Como poderia deixar me embalar sem o amor que reverberava por toda minha alma?

Seus olhos me interrogavam esperando que eu me pronunciasse.  Deixei meu silêncio como resposta pois até as palavras que sempre foram minhas companheiras deixaram de ter significado... A não ser pelos retalhos que ganharam uma nova "definição", hoje  são usados como pano de chão.
0 Comments

Amores, mal-acabados

22/8/2017

0 Comments

 
Picture
Amores mal-acabados, daqueles que, na prorrogação, o goleiro pega a única bola que deveria deixar passar, gera replays do que poderia ter acontecido se “pudesse ter gritado gol ”.

Uma parte que mantemos vivas, mas, no sótão, onde guardamos coisas antigas, como aquela boneca que antes falava “eu te amo” e que agora está jogada entre livros e brinquedos empoeirados, que um dia lhe deram alegria.

Ficam lá porque, mesmo que não “brinque” mais com eles, a coragem de jogá-los fora ou doá-los não supera a ligação que ainda existe entre você e eles. Estão ali como suporte emocional para quando quiser dar uma olhada ou até pegá-los torne sua lembrança mais viva.

Como aquele amor que no passado definia a vida com você e ele. Quando acordava antes do despertador, abria a janela para respirar aquele vento fresco, repleto de promessas e esperanças. Quando as borboletas na barriga davam lugar aos vagalumes, ao receber uma mensagem carinhosa, altas horas da noite. Quando os passeios de carro mais pareciam um convite para irem “mais adiante”, mas algo impedia que o desfecho, que tanto desejavam, acontecesse, como se uma barreira invisível os proibisse.
A separação aconteceu da mesma maneira que um conta-gotas vai, aos poucos, minando o resto de água que ainda resta. Eu e você tornou-se eu, e, o que sinto por você tomou conta do meu ser, como um fantasma que deseja habitar um corpo para poder sentir.

Os dias passaram e a as manhãs que eram tão coloridas, agora estavam cinzentas, obrigando a sentir melancólica com aquela paisagem que parecia saber o que sentia. O despertador finalmente teve sua função. O cheiro da brisa matinal passava despercebido. E as nuvens que estampavam o céu criavam formas irregulares, sem nenhuma simetria, fazendo-a pensar que o mundo a sua volta havia perdido a harmonia.

Filmes dirigidos por sua mente mimetizada por sentimentos mal resolvidos foram produzidos de forma contínua, como se você tivesse o poder de transformar imaginação em realidade.

Os lugares por onde estiveram, passaram a ser assombrados por lembranças tão vivas que, algumas vezes, você se pegava abrindo os lábios, como se fosse receber um beijo. Até o modo como passava as marchas deixava sinais de arrepios por sua pele.

Como exorcizar sentimentos intensos e repletos vida?

Vivendo-os com a pessoa amada que, por ironia, sátira ou humor negro, agora é casado com outra e já tem filhos.

Você então imprime um sorriso com gosto de fel nos lábios querendo rir e chorar. As lágrimas surgem nos cantos dos olhos, mas não conseguem sair dali. Agora você ama e o odeia com a mesma intensidade. Quer beijar e mordê-lo para deixar pelo menos uma marca que equivale há centenas que ele deixou em sua alma.

Passados 3 anos uma inesperada mensagem chega em seu telefone:

Meu casamento é de fachada não sinto nada por ela e ainda te amo.

Você desata a rir, daqueles risos estranhos que tem um quê de loucura e o xinga em pensamento, com os mais variados adjetivos depreciativos.
Depois dessa mensagem, que pelo jeito veio pela rede dial-up daquelas em que o modem fazia um bip irritante quando conectava, porque para demorar 3 anos…

Você percebe que já não sente mais nada por ele, ou melhor sente… pena.
0 Comments

Ame romanticamente

12/6/2017

0 Comments

 
Picture
A beleza e intensidade do luar me faz admirar a luminosidade frágil que passa pelas folhagens criando um cenário digno para os românticos. Assim como Rousseau definiu pitorescamente o romantismo como o sentimento causado ao apreciar uma paisagem, os românticos são contagiados pelo esplendor da lua que traz na essência do sentir a necessidade de se ter alguém para amar.

Bem-aventurados os que não somente tem a quem amar, mas que principalmente amam romanticamente. Sou um desses seres!

Seres que amam por amar mesmo sabendo que esse amor requer peripécias mentais para que ao menos seja vivido na imaginação. Melhor ainda se conseguimos vive-los no mundo dos sonhos.

São sofredores de natureza artística e visionária. Não concebem o tempo cronológico como real, para eles as horas, os minutos e os segundos são apenas metáforas criadas para iludir os desistentes de amores impossíveis. Amores que necessitam de uma dose nostálgica e criativa para manterem-se vivos.

São seres que não sabem amar sem romancear. Não existe amor sem prosa e muito menos sem poesia. Não existe um só romântico que não sofra por amor. Oscar Wilde diz que a essência do amor é a incerteza. Nós românticos precisamos de amores incertos que nos obrigam criar situações para que possamos demonstrar toda nossa forma de amar romanticamente.

Gostamos de falar do que sentimos para o ser amado. Não temos receio de que nossas palavras serão em vão. De uma maneira ou de outra o que dizemos gera uma ação. Na maioria delas a reação é não ter reação.... Somos especialistas em deixar nossos amores literalmente sem palavras...
Fazer o que? É de nossa índole sermos sentimentais demais.

Nos dá prazer imaginar o que o outro irá sentir ao provar do nosso romantismo. E se nada sentirem não tem problema, sempre iremos sentir o que nos propomos fazer em nome do amor.

Os românticos são “armados” de artimanhas que servem como iscas fazendo a pessoa amada acreditar no impossível. Somos denominados por alguns como um clã perigoso por termos esse engodo que as pessoas normais não possuem.

Se for amar, ame romanticamente, pois não existe nada mais terrível do que viver sem ter o que esperar. Sem ter por quem lutar. Sem ter para quem escrever o que sentes. Sem ter pelo que sofrer. Sem ter pelo que chorar. Do que vale as lágrimas que deixamos escorrer pela face se não for em nome do amor. Lágrimas que acabam sendo textualizadas em centenas de páginas que quando percebe tornou-se um livro.

Ser romântico requer atitudes elegantes e refinadas, onde os sentimentos são tecidos de forma poética de modo que quando beijamos, deixamos estrofes nos lábios de quem amamos para que possam serem ouvidas a cada novo respirar.

0 Comments

Páscoa pra mamãe

16/4/2017

0 Comments

 
Picture
Preparei sucos de maça e chás de pêssego, assei muffins em forma de coração cobertos de chocolate afinal estamos na semana da Páscoa, comprei vasos de tulipas amarelas e vermelhas e os coloquei em todas as janelas da casa invocando uma atmosfera irradiada de aconchego e paz, aliás muita paz, amém (vai saber o porquê no final).

Peguei o pote de chantilly e assim como um pintor que cria suas “artes” fui desenhando pegadas de coelho por toda casa. Queria ser mais do tipo Dan Brown e codificar isso tudo em um amontoado de símbolos para ficar mais intrigante, porém para quem está fadada a morrer sentimentalista não consegue trabalhar com algo que precisa de muita lógica. Tudo que requer o mínimo que for de razão já deixou de sentir.

Quem ali entrasse teria certeza de que coelhos tinham invadido a casa. Dei um sorriso pensando em minhas proezas e pensei, o amor torna as pessoas bobas, porém mais criativas, naquele dia eu me sentia uma mistura de Jerry Lewis com Leonardo Da Vinci. E quer saber, não estou nem aí. Quero mais que minhas bobeiras sejam amadas, principalmente pela minha mãe, amém.

Abri a porta dos fundos para insinuar que o “coelho” entrou por ela usando a chave que estava em um chaveiro de cenoura jogado no chão…Calma....Peguei uma escadinha móvel de 5 degraus e coloquei perto da porta dando a impressão que o coelho a usou para girar a chave na fechadura...Risos...

Uma brisa daquelas que ao entardecer refrescam até nossa alma entrou pela casa. As tulipas se abriram mais agradecendo o frescor e não sei porque danei a espirrar. Que não seja o mau presságio, amém. Bati também 3x na madeira com tanta força que os talos dos meus dedos ficaram roxo. Fui no banheiro e enrolei esparadrapo nos dedos, depois peguei canetinhas e desenhei um coelho de olho roxo sobre ele. Ideia de jerico, infelizmente amo jericos.

Os últimos raios de sol criavam prismas que ao passarem pelos vidros dos copos e das jarras distribuíam arco-íris por todos os cantos. Confesso que me sentia num conto de fadas. Lutava de modo ferrenho com o meu inconsciente para não acreditar que o coelho realmente abriu a porta com o chaveiro de cenoura e entrou...Risos...uma louca que gosta de inventar, não existe mistura mais atômica e além disso pisciana com ascendente em câncer. Já pensou no tipo do meu ser? É melhor não pensar não, para quê, se já está lendo este texto seja o que Deus quiser.

Ouvi um barulho na porta da frente, apressei-me e escondi debaixo da cama. Depois de muito custo consegui estar definitivamente debaixo da cama. Sai Fully, disse baixinho para minha cachorrinha que deixou o rabo de fora...O barulho dos passos iniciaram, eu conhecia muito bem aquele toc...tuc...toc...toc...tuc....Aquele andar de mãe que chega em casa querendo dizer “mamãe chegou, se estiver fazendo algo que não gostarei é melhor se esconder”.

Fully ficou olhando nos meus olhos e o rabo abanando como um leque de madame para diminuir o calor, tentando entender o que a mamãe (eu) estava fazendo ali que geralmente era o lugar dela ficar. Fully olha o gato, disse para ela que saiu em disparada.

- Meu Deus, que coisa branca é essa espalhada por todo chão?! - esbravejou mamãe

- Ai meu Deus, esqueci que chantilly derrete, mamãe vai querer me colocar no rolete do porco, pensava suando quente e frio comigo.

- Fully, onde está sua dona?

Fully olhou para mamãe como se tivesse passado pasta d’água na carinha, ela havia lambido todo chantilly o que desencadeou numa diarreia daaaaqueeeellllasssss. Ao invés de patinhas fofinhas de coelhos tinha marcas não muito cheirosas deixadas pela Fully.

- Eu mato a sua dona! Andrea onde você está? Não adianta esconder?

toc...tuc...toc...toc...tuc....
toc...tuc...toc...toc...tuc....
toc...tuc...toc...toc...tuc....
toc...tuc...toc...toc...tuc....
toc...tuc...toc...toc...tuc....

Parei de respirar quando ela entrou no quarto com a Fully atrás dando mais razão para ela me dá um sermão. Sentia que estava ficando roxa, tive a impressão que ficar sem respirar expulsa a pupila para fora.

Vi os sapatos de salto dela...ela ajoelhou e deu de cara comigo...

  Andreaaaaaaaa! Desculpe senhora, mas me chamo Alice!
- A do País das Maravilhas?
- Anram!
- Você pintou o cabelo Alice?
- Na realidade eu usava peruca.

Bom, preciso acabar o texto aqui e que Deus me tenha, amém. Falem amém também.


0 Comments

Dezumbiguei

5/3/2017

0 Comments

 
Acordei tendo a certeza de que estava dormindo.
Paradoxos sempre me despertam para lados fora do padrão.
Tentei levantar da cama, mas já estava em pé...
Que sensação estranha, sentir-se deitada estando em pé...
Olhei para a porta do meu quarto, estava aberta, porém minha mãe que tem o desejo mórbido de sempre me acordar no meio dos meus sonhos não estava lá.
Chamei, manhê! Mas nada!
Esquisito demais, porque sempre que minha mãe vê, mesmo se for uma frestinha da minha porta aberta, ela tem essa mania estranha de me acordar, é como se ela estivesse num jardim com sorvetes de baunilha onde pudesse comer todos de uma vez só. Bizarro!
Minha mãe AMA sorvete e se for de baunilha, me dá até medo.
E eu aqui, ainda em pé me sentindo deitada sonhando acordada.
O vento faz a porta fazer um barulho como aqueles de filmes de terror. A luz pisca 23 vezes (eu contei), mas estranho ainda, dia do meu aniversário.
Mexo a cabeça para o lado do ruído, o pavor começa a me consumir porque vislumbro quatro das minhas dezenas de bonecos me olhando com desdém atrás do vão da porta.
Pego a lanterna debaixo do travesseiro acendo, olho na estante para contar se todos meus bonecos estão ali.
Tento andar, mas minhas pernas estão enroladas em um lençol com cores do arco-íris. Será que foram eles quem me enrolaram nisso?
Socorro! Estou com vertigem, o lençol me deixou tonta...
Será que a função o arco-íris é causar vertigem?
Credo! Que sensação mais sem noção...as cores estão tomando conta do meu corpo.
Devo estar parecendo aqueles pirulitos coloridos.
Será que estou com os olhos abertos e o que estou vendo não passa de um sonho maluco?
Coloco o dedo nos olhos e eles estão abertos.
Fecho eles na marra. As pestanas brigam com meus dedos, mas acabo ganhando a luta.
Credo, mesmo com os olhos fechados sinto os arranhões que as pestanas deixaram em meu dedo.
Espera! Me deu vontade de abrir um olho só. Sei lá! Não sou médium, mas estou sentindo uma presença.
Abro 3cm do olho esquerdo, reviro a pelota branca com preta conhecida como pupila só que ela virou para atrás da cabeça, só consigo ver meus neurônios que estão em polvorosa.
Grito minha mãe, mas o grito fica dentro de mim, ecoando em todo o meu corpo. Sinto meu umbigo frouxo, como se quisesse deixar a função dele e abrir um vão no meu ser.
Que coisa mais horrorosa o umbigo deixou de ser meu!
Vejo aquela “lokinha” que antes deixava um furinho sexy na barriga partir sem dar adeus.
Começo a chorar porque a parte que ligava eu e a mulher dos sorvetes de baunilha se fora.
Descobri que eu não sou mais a mesma sem meu umbigo.
Sou dezumbigada e por isso tudo o que foi escrito se foi por aquele vãozinho, hoje tapado por um ban aid do Mickey.
Porque bem ali naquele “oquinho” era onde residia toda a minha magia.

0 Comments
<<Previous
Forward>>

    Autora

    Administrando inspirações para que seja capaz de inspirar todos ao meu redor.

    Arquivos

    December 2019
    November 2019
    October 2019
    August 2019
    April 2019
    January 2019
    October 2018
    February 2018
    November 2017
    October 2017
    August 2017
    June 2017
    April 2017
    March 2017
    February 2017

    Categorias

    All
    Amor
    Eu
    Humor
    Kombi
    Livros
    Mãe
    Morte
    Nonsense
    Para Você
    Pensar
    Poesia
    Realidade
    Reflexões

    RSS Feed

Andrea Andrade - Todos os direitos reservados -  2002-2019
  • Home
  • Blog
  • Galeria
  • Design
  • Contato
  • Produtos