Queria te mandar uma mensagem falando que preciso de seu abraço, mas lembrei que me havia falado que a vida que escolheu te obrigou a afastar das pessoas que amava.
Era apenas um abraço... Não precisaria durar nem 20 segundos... Só queria sentir o seu coração sobre o meu... Será que ainda “tocam” as mesmas “notas”? Notas melancólicas que invocavam o que não pode ser vivido... Outro dia, ouvindo A Viagem, da cantora Maysa, música que você adorava, entendi que dos mais de 20 anos de convivência, eu e você não passamos de versos de uma poesia repleta de rimas inacabadas. Nosso amor é aquele que só traz dor... Dói não poder viver o que sentimos... Mãos que viviam entrelaçadas, e algumas trocas fortuitas de beijos no rosto e no pescoço mantinham o que sentíamos com tanta intensidade que eu conseguia nesses momentos me esquecer de mim pois tudo o que aquecia minhas emoções era você. Mas, eram nos abraços que confirmava o ritmo perfeito de nossos corações. Eu te amo, nunca precisou ser dito porque a prova maior e mais sublime que já presenciei foi que nossos corações soavam como um só . Ali naquele abraço senti que o amor é muito mais profundo do que carícias sensuais. Fazíamos amor só nos abraçando... E agora, depois de tantos momentos que se eternizaram no meu ser e da “barreira” que ficou entre nós, busco nas palavras o fôlego que sempre desejei que surgisse entre nossos beijos. Tivemos que aprender a nos beijar pela maneira como nos olhávamos. Olhares que suplicavam em silêncio o anseio das bocas se roçarem. Algumas vezes lágrimas escorriam por nossas faces como se pudessem levar um pouco de alento aos lábios sedentos de amor. Tentava disfarçar meu olhar para você quando estávamos no meio de outras pessoas pois tinha certeza de que ele seria um grande revelador.. . E você fazia a mesma coisa... Sinto que ainda nos amamos em completo silêncio... Somente em meus sonhos te tenho por completo e uso a terceira pessoa no presente em alto e bom som... Comecei então a dar valor no meu sonhar porque era nele que podíamos viver a nossa “estória”... Um livro passado em meus sonhos “nasceu” provando que a nossa estória mesmo em silêncio vive em “algum lugar...a editar.
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MAS, ainda terá uma vida pela frente. Cabe decidir de que modo pretende aproveita-la.
Como bem disseram os escritores Francesc Miralles e Héctor Garcia, o que importa não é quantos dias viveremos mais, mas o que faremos com o tempo que nos resta. Quando somos crianças não conseguimos entender ao certo o que é viver, imagine morrer. Lembro-me que minhas únicas preocupações até os 8 anos eram: -Conhecer o papai Noel -Ver o coelhinho da Páscoa escondendo os ovos -Tirar o colete da coluna -Capturar o monstro de sangue nas brincadeiras do recreio -Jogar queimada e não ser queimada -Fazer uma casa na árvore, não em cima dela, mas debaixo de sua copa Esta última preocupação era sazonal. Voltava todas as férias quando ia para fazenda. Minha companheira de construções arbóreas, Renata, que já não faz mais parte dessa vida, sempre me ajudava a elaborar a tão almejada CASA que possuía um telhado não muito seguro por ser de folha de bananeira, mas que aguentava uma “garoinha”. Quando a intensidade da água aumentava rezávamos para que as folhas aguentassem até a passagem da tormenta. E se acontecia da chuva passar sem o “telhado” desabar poderia afirmar que este feito era a minha definição de felicidade. É tão fácil encontrar a felicidade nas pequenas coisas, mas a idade, o ser adulto muitas vezes se deixa “levar” por quereres de “bem” maior. Se é que me entende. Outro dia quando descia do carro uma borboleta preta com detalhes em alaranjado e amarelo posou na porta e instintivamente sorri ao ver sua beleza. Disse, falando alto: -Que coisa mais linda! Ela bateu duas vezes as asas e voou. Parece que estava esperando um elogio. Pensei comigo, ela me trouxe um sorriso espontâneo com “notas” de felicidade e em troca queria um elogio. A vida era para ser uma simbiose. Se te faço sorrir porque não sorri de volta? Hoje, beirando meio século de idade, consigo perceber claramente que somos como cartões de crédito, temos nossos limites, data de vencimento, melhor dia de “compra”, e até acumulamos bônus. Então para quê “gastar” seu saldo gerando dissabores, amargura ou o pior, deixando alguém triste por algo que falou. Você gera “débitos” e ainda corre o risco de ter seu “limite” bloqueado. Empreenda seus “créditos”! Ajude! Acumule “bônus”! Deseje um bom dia para alguém que passa por você com o semblante tristonho. Nessa era de redes sociais é fácil distribuir sorrisos, curta os posts de seus amigos, das pessoas que segue. Faz bem para o ego receber uma curtida, um comentário. E esta ação tão banal que está bem na ponta de seus dedos desencadeia uma “onda” de bem estar. No mundo atual onde ninguém tem tempo para nada, uma coisa é certa, todos entram no Instagram e Facebook então essas ferramentas podem suavizar o dia de uma pessoa que está triste. Dê um Like e saiba que recebeu um SORRISO. Eu vou morrer e você também! Vamos “curtir a vida alheia de modo que as pessoas saibam que nos importamos com elas mesmo estando distantes. Mande um “Espero que tenha um ótimo dia” no WhatsApp. Tente buscar e dar felicidade assim como a borboleta fez comigo.Como se fosse algo natural e que deveria ser. Se provoco sorriso estou tecendo uma “rede” de sorrisos e se você fica um pouquinho mais feliz você me torna enormemente feliz. É tão fácil que achamos difícil, pois ainda estamos em processo de evolução e com isso tendemos a não dar valor a simplicidade. Escolhemos inconscientemente pelo “difícil”, porque, o ser humano ainda não consegue viver em plena harmonia. Acredito que a paz ainda “incomoda” porque não sabemos lidar com a completa ausência de problemas, conflitos é como se precisássemos do sofrimento para entender a o que seja paz. Isso me faz refletir, seria a vida(sofrimento) o meio para conseguirmos atingir a paz(morte)? Os pensamentos vêm e vão, assim como as ondas que tocam a areia e voltam para seu habitat natural.
Alguns demoram a voltar para o mar, já outros chegam e parecem ancorar, sem nenhum prognóstico de sair de nossa mente. Reter ou tornar um hábito o modo como pensamos, que denomino âncoras, fica recorrente e é algo que, aos poucos, drena nossa energia vital. Pensamentos foram feitos para serem pensados e “dispensados”, se me permite o jogo de palavras. Parece até redundância e é, mas o que quer que deseje “morar” em sua mente, ao invés de “hóspede”, passa a ser intruso. Como uma pessoa que você convida para passar férias em sua casa e depois do tempo estipulado, sem lhe pedir permissão, passa a morar com você. Sem jeito de mandar o “convidado” ir embora, tentamos fazê-lo perceber que temos nossos afazeres e que não podemos “sustentar alguém” usufruindo da nossa “vida”. O tempo passa e o “convidado”, mesmo desconfiado de que não é bem-vindo, insiste em ficar. Pensar é saber dispensar. Não se deixe à mercê de pensamentos negativos! Os pensamentos vêm e vão, assim como as ondas que tocam a areia e voltam para seu habitat natural. Alguns demoram a voltar para o mar, já outros chegam e parecem ancorar, sem nenhum prognóstico de sair de nossa mente. Reter ou tornar um hábito o modo como pensamos, que denomino âncoras, fica recorrente e é algo que, aos poucos, drena nossa energia vital. Pensamentos foram feitos para serem pensados e “dispensados”, se me permite o jogo de palavras. Parece até redundância e é, mas o que quer que deseje “morar” em sua mente, ao invés de “hóspede”, passa a ser intruso. Como uma pessoa que você convida para passar férias em sua casa e depois do tempo estipulado, sem lhe pedir permissão, passa a morar com você. Sem jeito de mandar o “convidado” ir embora, tentamos fazê-lo perceber que temos nossos afazeres e que não podemos “sustentar alguém” usufruindo da nossa “vida”. O tempo passa e o “convidado”, mesmo desconfiado de que não é bem-vindo, insiste em ficar. Pensamentos âncoras são assim! Se você não os “manda” embora, eles ficam. É muito cômodo “deixar tudo” como está” porque toda mudança exige de você um novo padrão de atitudes. Uma nova maneira de pensar. Como adquirir o hábito de ter pensamentos sadios? Tenho por prática imaginar uma lousa, onde tudo o que não quero pensar está ali escrito. Em minhas mãos seguro um apagador e o passo sobre todos os pensamentos e visualizo desaparecerem cada um deles. Utilizo este método até que não retornem mais. Como disse anteriormente, é uma prática que pode demandar algum tempo. Não se deixe à mercê desses pensamentos! Você pode se tornar refém deles. Lembre-se sempre de que pensar é saber “dispensar”! Como Cinderela após a meia-noite, desencantei e olha que nem a gata borralheira eu era...Risos...
Chega de “abóboras” que viram carruagens, não quero nada que minha imaginação necessite transformar em realidade antes do bater das 12 badaladas. Não posso e nem quero ter limites! Me desculpe, mas sou feita de infinitudes que definem meu querer. Mereço mais do que meros devaneios pois eles estão bem além de um simples anseio. O ordinário realmente não combina com os desejos que habitam em mim. Tenho o direito de ansiar por meus sonhos ou não? Serei prepotente ao desejar trazê-los para a realidade? Não! Quando nos amamos de verdade não podemos sucumbir a simplicidade para satisfazer o que na realidade traz um gosto de fel à boca, como se aquele “viver” vicioso estivesse enfeitiçado nos algures escuros com o ar rançoso como se fosse uma pegadinha do Universo para me acordar diante da frugalidade de um querer desmedido. Ei você, olhe onde está se metendo! Aquela carruagem na realidade é uma abóbora, eu disse, A b ó b o r a. Vai querer isso para sua vida? Pelo que vejo talvez queira noites de pesadelo? O universo sabe muito bem como me despertar após certos sonhos que defino como um desintoxicar de energias que ficam impregnadas no meu ser afastando-me do verdadeiro propósito. Que Cinderela que nada! Muito menos gata borralheira! E abóbora meu bem, só se for recheada de sonhos dos quais somente eu tenho o poder de vivê-los. Um pouco de pedantismo é bem-vindo para servir os “convidados” que entraram em cena para serem somente figurantes. Agora falando diante ao espelho, pois estou mais para Alice entre os espelhos: - Não deixe que nada nem ninguém lhe tire os requintes que adornam suas emoções. Requintes que custou a você vários anos de sofrimentos. Faça a gentileza de não desejar o mínimo para você que hoje é o máximo. Talvez seja um engodo mais que sedutor para deixar oculto algo que requer mais do que intimidade para ser revelado.
Mas por outro lado esse mesmo olhar irradia intensa melancolia, que por alguns segundos percebi a vida monótona com algumas pinceladas azul da cor do céu contornadas sem formas como se fossem um oráculo a ser descoberto. Há certa magia nesse olhar que me conquistou de corpo e alma. Um olhar, que as vezes espia sem ser notado. Olhares sem vida possuem essa qualidade passam despercebidos no meio da multidão. E nesta multidão estava eu. Uma pessoa que sente atração pelo que não é comum. No meio de milhares de pessoas o meu olhar brilhou ao ver aqueles olhos pretos e opacos. Engoli seco. Senti um frisson em minha barriga. Não, não eram borboletas eram abelhas que queriam sair de dentro de mim e levar um pouco de mel para aqueles olhos necessitados de doçura. Fiquei parada! Senti meu ciático arder por detrás das minhas pernas. Não conseguia me mover. Mantinha meus olhos naqueles olhos perdidos. Se eu conseguir dar 3 passos largos consigo chegar até eles, pensei comigo. Mas me mantive imóvel. Quando fico tensa meu corpo todo retesa deixando minhas emoções inquietas dentro de mim. Pisquei algumas vezes devido ao vento que surgiu repentinamente. O Universo quando está em sintonia com o nosso sentir usa de todos os artifícios para nos dar um “empurrãozinho”. E foi exatamente o que aconteceu. O vento me desequilibrou e acabei caindo. Me desesperei porque não conseguia ver aqueles olhos sem vida mas que por alguma razão encheram os meus de desejo. Tentei levantar! Pernas e mais pernas passavam por mim. Era como se eu não existisse. Tenho vida nos olhos e por estar aqui no chão passei a ser aquele olhar que ninguém notava, refleti comigo mesma. Uma sincronia extravagante acontecia. Podia sentir que ninguém me olhava. Porque as pessoas não olham mais?, indaguei para mim Por falta de um olhar lá estávamos nós naquele corredor humano mas sem nenhum sentido de ser humano. Coloquei meus óculos pois a ventania trazia poeira para meus olhos. Ainda no chão olhei para cima em busca de alguém para me ajudar. Ao tentar me levantar novamente senti duas mãos nas minhas, olhei para cima e o olhar sem vida estava ali. Deixei uma lágrima escorrer pelo rosto pois não poderia imaginar ser ajudada por aqueles olhos que pareciam inertes. Quando me levantei e ficamos cara-a-cara pude sentir o pulsar da vida em seu olhar. Ainda de mãos dadas eu disse: - Obrigada por me ajudar! - Não agradeça pois você trouxe a vida de volta ao meu viver. Se não tivesse me olhado com tanta emoção eu não teria meios para te encontrar. O brilhar de nossos olhos se fundiu e naquele momento percebi que o que se mantinha oculto naquele olhar eram sentimentos que por ironia o impediam de sentir. Não falo de emoções e sentimentos genéricos ou ordinários, mas de algo mais profundo, se é que exista algum termo que possa definir...
Não gosto de iniciar textos com negativas que impregnam as palavras com nulidades “polindo” cada sentença como se “nunca” pudesse também ser considerada uma negação, porém a probidade tem seu lugar na primeira fileira do palco teatral que meu “coração” encena de modo visceral. Retrouvailles, palavra que expressa o sentimento de alegria, êxtase que sentimos quando finalmente encontramos a pessoa que amamos, após uma longa separação, no meu caso mesmo que esse encontro se dê através dos sonhos, não deixa de ser “real”. Acredito que esse termo francês consiga definir o “furor” que incendeia meu sentir de modo que não consigo ter controle sobre ele. É como tentar segurar um sabonete molhado.... Você tenta, tenta e chega uma hora que ele se esvai deixando seu olhar acompanhar sua trajetória. Assim acontece comigo! Resta-me mãos ensaboadas, e nada a mais! Não queria deixar de ter controle, mas ao mesmo tempo gostaria de saber o que aconteceria. Esse paradoxo aumenta exponencialmente as reticências que tanto queria transformar em pontos finais... Chego a extrapolar minhas reflexões, dando créditos definitivos aos meus sonhos que se confundem com a realidade. Talvez o amor que carrego até mesmo fisicamente de tamanha intensidade deva ser vivido na realidade onírica onde algum tempo já somos nós. É nesta realidade embalada pelo cerrar ansioso de meus olhos que me credencio como uma pessoa que ama e é amada como nunca imaginou, nem mesmo quando sem querer me pego sonhando acordada... A beleza e intensidade do luar me faz admirar a luminosidade frágil que passa pelas folhagens criando um cenário digno para os românticos. Assim como Rousseau definiu pitorescamente o romantismo como o sentimento causado ao apreciar uma paisagem, os românticos são contagiados pelo esplendor da lua que traz na essência do sentir a necessidade de se ter alguém para amar.
Bem-aventurados os que não somente tem a quem amar, mas que principalmente amam romanticamente. Sou um desses seres! Seres que amam por amar mesmo sabendo que esse amor requer peripécias mentais para que ao menos seja vivido na imaginação. Melhor ainda se conseguimos vive-los no mundo dos sonhos. São sofredores de natureza artística e visionária. Não concebem o tempo cronológico como real, para eles as horas, os minutos e os segundos são apenas metáforas criadas para iludir os desistentes de amores impossíveis. Amores que necessitam de uma dose nostálgica e criativa para manterem-se vivos. São seres que não sabem amar sem romancear. Não existe amor sem prosa e muito menos sem poesia. Não existe um só romântico que não sofra por amor. Oscar Wilde diz que a essência do amor é a incerteza. Nós românticos precisamos de amores incertos que nos obrigam criar situações para que possamos demonstrar toda nossa forma de amar romanticamente. Gostamos de falar do que sentimos para o ser amado. Não temos receio de que nossas palavras serão em vão. De uma maneira ou de outra o que dizemos gera uma ação. Na maioria delas a reação é não ter reação.... Somos especialistas em deixar nossos amores literalmente sem palavras... Fazer o que? É de nossa índole sermos sentimentais demais. Nos dá prazer imaginar o que o outro irá sentir ao provar do nosso romantismo. E se nada sentirem não tem problema, sempre iremos sentir o que nos propomos fazer em nome do amor. Os românticos são “armados” de artimanhas que servem como iscas fazendo a pessoa amada acreditar no impossível. Somos denominados por alguns como um clã perigoso por termos esse engodo que as pessoas normais não possuem. Se for amar, ame romanticamente, pois não existe nada mais terrível do que viver sem ter o que esperar. Sem ter por quem lutar. Sem ter para quem escrever o que sentes. Sem ter pelo que sofrer. Sem ter pelo que chorar. Do que vale as lágrimas que deixamos escorrer pela face se não for em nome do amor. Lágrimas que acabam sendo textualizadas em centenas de páginas que quando percebe tornou-se um livro. Ser romântico requer atitudes elegantes e refinadas, onde os sentimentos são tecidos de forma poética de modo que quando beijamos, deixamos estrofes nos lábios de quem amamos para que possam serem ouvidas a cada novo respirar. Caro(a) passageiro(a),
Antes de mais nada preciso lhe dizer o quanto sou apaixonada por Kombis. Para mim este simpático veículo não é apenas um meio de transporte, mas um condutor de sentimentos recheado de deliciosas emoções daquelas que se tem vontade de colocar no loop para ficar sentindo infinitamente. Tipo comer algodão doce enquanto se admira o arco-íris que se forma no céu depois da chuva, esperando pelo tão falado casamento da raposa. Oops! Saí do propósito deste texto. Acho que sofro de TDT – Transtorno do Déficit Textual! Será? Mas deixemos essa indagação de lado e voltemos à Kombi. Você já reparou naqueles olhinhos repletos de meiguice? Que ao anoitecer eles parecem ainda mais vivos? Se já, acredito que tenha percebido que aquelas bolinhas devidamente circulares estão em busca de algo. Este “algo” pode ser o que também esteja procurando. No meu caso foi. É verdade! Foi mesmo! Agora me fala, o que é aquele design a la pão de forma? É tão encantador que a primeira vez que vi tive a nítida sensação de que se ali entrasse não sairia mais, mas infelizmente tive que me retirar porque a Kombi era do Sr. Divino. À propósito, um nome bem sugestivo para um proprietário de Kombi. Pois bem! Dito esse breve resumo, que poderia chamar até “resumículo” se existisse essa palavra poderei sem mais delongas dizer quem poderá entrar na minha Kombi. Primeiramente, alguém que “KOMBIne” conosco (a Kombi e eu). Pessoas criativas que consigam elaborar prosopopeias momentâneas repletas de epígrafes sedimentadas em ideias extravagantemente extraordinárias. Pessoas que sorriam ao buzinar cativante da Kombi. Fale para mim que você também perdeu o fôlego de tanto que riu com a buzinação da Kombi amarela no filme Miss Little Sunshine? Pessoas com síndrome de Isaac Newton que persigam o deslocar do sol durante o dia e o surgimento da lua ao chegar da noite afim de descobrir qual o limiar entre a luz e a escuridão. Pessoas extrovertidas tem preferência podem escolher em que lugar querem se acomodar. Aceito infelizes, se eles acreditarem que na minha Kombi terão momentos em que não saberão o que venha a ser tristeza. Pessoas que gostem de ler e que tenham certa tendência para histórias de ficção porque quem sabe um dia poderão gostar dos meus livros. Pessoas românticas que preferem passar a primeira noite de núpcias dentro de uma Kombi é muito mais poético que qualquer poema de Fernando Pessoa. Pessoas que conversem sozinhas pois sabem que o auto diálogo é uma forma de se conhecer melhor. E por favor não tenham receio de parecerem birutas. Pessoas que quando se sentem sozinhas vão até a entrada do estacionamento do Shopping só para ouvir a moça da catraca dizer “Seja bem-vindo(a)!” Pessoas que cantem debaixo do chuveiro enquanto ensaboam os cabelos. Pessoas que acreditem no impossível, isso é muito importante para que eu te aceite em minha Kombi. Pessoas que saibam sonhar quando estão dormindo porque sonhar acordado é muito fácil. Pessoas que acreditem que nada, eu digo ABSOLUTAMENTE NADA, acontece por acaso. Ou você está achando que estou escrevendo esse texto à revelia? Pessoas que digam: “Vem com a mamãe” quando chamam por seus cachorrinhos. Pessoas que costumam perder objetos e culpam os duendes por terem escondido o que não conseguem mais achar. Pessoas que gostem de pelos menos 15 músicas das listadas abaixo, porque caso isso não ocorra, vai ser complicado demais te aceitar na minha Kombi, pois acredito que almas afins compartilham de uma mesma frequência musical. Me diga o que ouves que lhe direi se “KOMBInamos”. PS:Estou torcendo para que você “KOMBIne” conosco ;o) Músicas – Working on a Dream – Bruce Springsteen – Long Walk Home – Bruce Springsteen – Tonight Is What It Means to be Young – Diane Lane (Streets of Fire) – Girl you´ll be the woman soon – Neil Diamond – Sweet Caroline – Neil Diamond – Cracklin’ Rosie – Neil Diamond – What’s Up – 4 Non Blondes – Losing My Mind – Liza Minelli – 19200 – Gorillaz – Oh what a circus! – David Essex (Evita) – Another time, another place – Engelbert Humperdinck – I’L Mondo – Patrizio Buanne – Quase não dá para ser feliz – Dalto – Eu quero ter um milhão de amigos – Roberto Carlos – A Montanha – Roberto Carlos – River deep mountain high – Celine Dion – I drove all night – Celine Dion – One of Us – ABBA – I have a dream – ABBA – Elle ne me voit même pas – Julio Iglesias – La carretera I e II – Julio Iglesias – Reason to Believe – Wilson Phillips – Daniel – Wilson Phillips – Another Saturday Night – Cat Stevens – Can’t Keep It In – Cat Stevens – Peace Train – Cat Stevens – This Is The Life – Amy MacDonald – Stones – Neil Diamond – Dona Felicidade – Trem da Alegria – Superfantástico – Balão Mágico 04 de outubro de 2016
Querido(a) Fantoche, Sabe quantas vezes ensaiei lhe escrever uma carta? Não uma carta qualquer. Uma carta de várias páginas que a cada virar de folha você pudesse sentir exatamente minha emoção ao escrevê-la. Um resgate emocional capaz de lhe provar a cadência de nossos sentimentos. Sim! Digo nossos porque você nunca teve coragem de se expor, e hoje me pergunto, porque teria? Viver! A ação mais real e disfarçada de um teatro cuja peça pode ser chamada de vida, é o habitat preferido para aqueles que como você, encena de modo esplêndido uma felicidade manipulada e cheia de trejeitos que agradam “determinada” plateia. Alguma vez passou por sua cabeça o que seria sua vida se resolvesse a vivê-la plenamente? Acredito que suas emoções devem estar empoeiradas em algum lugar tão bem escondido que tens dificuldade para senti-las. Enquanto a maior parte da “plateia” lhe aplaudia, eu que ali estava, assistindo tudo de camarote, deixei que as lágrimas escorressem ao lhe ver enterrar sentimentos acobertados pelo aconchego do que compartilhávamos. Soube naquele exato instante que sua performance não passava de uma magnifica peça teatral. A dor deste seu “ato”, foi o que restou dentro de mim. Algo que abriu portas dentro do meu ser que eu não conhecia. Em cada uma delas descobri significados que tentei transformar no que quase chegamos a viver. Uma herança emocional que possibilitou o meu redescobrimento. Mesmo depois de tudo ainda paro algumas raras vezes para observar o seu “faz de conta”. E fico pensando se você lembra do dia que nos conhecemos? Aposto que sim! Todavia fará força para não se lembrar pois em sua “vida perfeita” não há espaços para melancolia a não ser é claro quando se olhas no espelho, naqueles minutos que gastamos ao refletir a respeito das escolhas que fizemos, e nesse breve momento você perceberá a fragilidade de seus sentimentos. E não se estranhe se a imagem refletida for a minha. Descobri que para uma escritora, pelo menos para mim, "certas pessoas" aparecem em nossas vidas com um único intuito, nos prover de mais palavras.
De palavras que não ousaria escrever se não tivesse motivo. Palavras que se tornam vivas quando nos deparamos com essas "pessoas". Não falo de qualquer pessoa. Refiro-me aquelas que inconscientemente carregam consigo um dicionário repleto de novas palavras que terão significados só para mim. Como se estivessem codificadas para serem reveladas ao nosso primeiro encontro. Poderia chamar essas pessoas de mensageiras, mas são muito mais que isso. São pessoas “estocadas” com definições exclusivas que me fazem expressar através de palavras imantadas com alto teor emocional textos cujo o conteúdo nunca será um mero acaso. Palavras que me intuem a escrever ininterruptamente textualizando todo o meu sentir. Palavras que se apoderam do meu pensar. Algumas pessoas que "encontrei" foram passageiras. Como se estivéssemos num mesmo trem, assentadas uma ao lado da outra, conversando sobre a vida, amores, sonhos e outras coisas mais. E nesse diálogo que parecia informal surgia os mais variados insights que enriqueceram meu modo de expressar. Pessoas que duram uma pequena viagem, mas com dimensões emocionais intensas e eternas. Como se o pegar do mesmo trem já tivesse um propósito divino, algo que de uma maneira ou de outra precisaria acontecer, mesmo que seja por um período breve, não importa, fizeram seu papel ao me "entregarem" o que nem mesmo elas sabiam o que estavam fazendo. Para elas era como um piscar de olhos. Um ato involuntário que precisa ser feito para não deixar os olhos secarem. Mal sabiam, que este "ato" encheria os meus olhos de água. Existem também pessoas que são como bússolas, “indicam” o que escrever durante minha jornada. Essas estão comigo já algum tempo. E sem saberem da importância que têm em minha vida, continuam me presenteando com palavras que quando escrevo, sei que o motivo foram elas. Pessoas que não fazem ideia, ou até fazem, de que meus livros foram escritos para elas. Pessoas que dão sentido às palavras. Pessoas que me credenciaram como, escritora. Pessoas passageiras ou não, mas que de alguma forma fizeram com que escrevesse uma linha, uma frase, 50 parágrafos, um livro cujo personagens eram eu e elas. Ah! Essas pessoas que merecem toda minha gratidão de modo especial. E a forma que encontrei para agradecê-las foi imortalizá-las em meus textos para que a eternidade em sua sabedoria divina saiba que “aquelas” palavras não são somente palavras, mas o modo de estarmos juntas para sempre. |
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December 2019
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